O
ato de tortura é considerado pelas leis internacionais um crime contra o homem e
a própria humanidade. Esse fator foi ratificado em 1984 por uma convenção da
Organização das Nações Unidas – ONU e referendada pela Constituição Federal do
Brasil em 1988 que considera o ato como crime inafiançável e insuscetível de
graça ou anistia.
A
prática da tortura foi amplamente usada durante o golpe militar de 1964 no
Brasil e aos poucos se institucionalizou como ato “legítimo” para se arrancar
informações, ou até mesmo rebaixar a capacidade libertária presente na
humanidade.
As
considerações se fazem necessárias diante da gravidade da denúncia que foi
levada ao Ministério Público – MP pela estudante Hayume Siqueira Kishi, 19 anos,
residente na Rua do Prado, Centro de Patos. Segundo informações repassadas pela
própria jovem, ela foi levada da porta de sua casa por volta das 21:30h da
última quinta-feira, dia 13. Hayume disse que estava com um amigo na calçada de
sua residência quando três policiais civis chegaram com uma viatura e a convidou
para acompanhá-los. Logo em seguida dentro do carro ela teria sido algemada
pelos policiais.
De
acordo com a jovem, os três policiais a levaram para o Aeroporto Brigadeiro
Firmino Ayres, bairro do Salgadinho em Patos, saída para Cacimba de Areia.
Durante o percurso, a jovem disse que foi aliciada para dar informações sobre o
seu primo, Tiago Siqueira. “Você vai nos contar o que sabe ou vai querer pagar
por algo que você não deve!?”, segundo a jovem, eram essas as palavras repetidas
frequentemente pelos policiais que a levaram. A tortura física teria sido
praticada contra a jovem com um saco plástico na boca e tapas na cara. A
agressão física e psicológica teria durado das 21:30h da quinta-feira, dia 13,
até às 01:30h da madrugada da sexta-feira, dia 14.
A
estudante disse que reconhece os agressores e que testemunhará caso seja
preciso. Hayume relatou que ouviu o nome de um dos policiais enquanto era levada
dentro do carro e se for intimada para prestar esclarecimento não terá receio de
identificá-los.
O
caso foi levado ao Ministério Público que determinou de imediato a realização
através da Unidade de Medicina Legal – UML da cidade de Patos um exame de corpo
de delito na jovem. Hayume apresentou marcas no rosto e dentro da boca. A
Família da jovem está estarrecida sobre o fato e disse que quer
justiça.
A
reportagem fez contato com o Delegado Regional da Polícia Civil em Patos,
Cristiano Jaques. O delegado afirmou que as denúncias serão apuradas e que
espera descobrir a verdade nesse caso.
FOLHADOSERTAO
com Patos Online
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