Velório de Chico Anysio é aberto ao público, no Rio
Theatro Municipal, no Centro do Rio
Fãs do humorista Chico Anysio, que
morreu
na sexta-feira (23), no Rio de Janeiro, aos 80 anos, chegaram cedo para
acompanhar o velório do humorista, neste sábado (24), no
Theatro
Municipal, no Centro do Rio. A concentração aumentou a partir das 12h,
horário inicialmente divulgado para a abertura dos portões, e centenas de
pessoas se acumularam na calçada, em meio a fotógrafos e jornalistas. Às13h30, o
público finalmente pôde entrar.
A empresária Malga Di Paula, mulher de Chico, permanece ao lado do
caixão.
O humorista faleceu no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul, onde
estava internado havia três meses. Ele teve uma parada cardiorrespiratória,
causada por falência múltipla dos órgãos, decorrente de choque séptico causado
por infecção pulmonar.
Durante a manhã, enquanto alguns se espremiam
atrás dos famosos que foram prestar solidariedade a Chico, e das câmeras de
televisão, outros se posicionavam na entrada principal, para guardar lugar entre
os primeiros da fila.
aposentada baiana Willene Silva Ramos chegou às 10h30 para garantir a
despedida. “É minha última homenagem ao grande humorista do Brasil. Ele era
completo, criava os próprios personagens. Adoro o Professor Raimundo”, disse. “É
uma tristeza pela perda, mas em se tratando da despedida de
Chico Anysio, tem que ter
alegria”, explicou.
A espera de mais de três horas de Willene foi para apenas 20 segundos dentro
do teatro. Assim como os demais, entrou por uma porta, viu Chico dentro do
caixão aberto e saiu pela porta ao lado, sem poder fotografar. "Queria
cumprimentar os familiares, mas não deu. O Chico está com uma cara bem serena,
bem tranquila", contou.
Anets dela, o pedreiro Vilson de Souza foi o primeiro fã a entrar. Na fila
desde 9h, ele foi aplaudido pelo público na fila, assim como os sósias de
Tiririca e Roberto Carlos.
Morador do Rio há 20 anos, o cearense Francisco Juciano Galdino, de 39 anos,
esteve no Centro para ver Chico Anysio. Com o filho Gabriel de 2 anos no colo e
a esposa Lindalva Araújo, ele falou que o humorista vai fazer falta. "Chico
deixou as sementes no humor. Hoje você vê ótimos humoristas e ele foi o que
começou tudo isso. Vim aqui com a minha família para ter essa última
recordação", disse vestido com a camisa do Vasco para homenagear o artista.
Durante o velório, o irmão mais velho de Chico, Helano Di Paula, leu um texto
escrito por ele há 10 anos e que, a pedido de Chico, deveria ser citado em seu
velório. O trecho final do texto diz o seguinte: "Que Deus nos permita o direito
de tê-lo guardado para sempre em memória dos que aqui estão ou que estarão por
vir, ou, se não for possível, não deixemos que seu corpo leva com ele aquilo que
há de ser preservado porque pertence à posterioridade: o talento".