quarta-feira, 1 de junho de 2011

Réu da Operação Hígia é executado dentro de escritório

O advogado Anderson Miguel, réu no processo que investiga supostas
fraudes na secretaria de Saúde do Estado durante a gestão de Wilma de
Faria, foi morto no fim da tarde desta quarta-feira (1º). A Polícia Militar confirmou que foi uma execução e Anderson Miguel foi encontrado morto.

Advogado foi assassinado em escritório na Miguel Castro
De acordo com informações do local, um homem chegou ao escritório e se apresentou como cliente. Ele entrou na sala de Anderson Miguel e rapidamente efetuou quatro ou cinco disparos, atingindo a cabeça do advogado. Logo após os disparos, ele correu para fora do escritório e entrou em um carro Fiat Siena branco, guiado por um comparsa, e seguiu em direção à zona Oeste da cidade.

A Polícia Militar disse que houve, pouco tempo após o assassinato, um roubo de um carro tipo Ecosport, no bairro Planalto, que pode ter sido utilizado para a fuga dos bandidos.

Quando o Samu chegou ao local, ainda houve tentativas de reanimar o advogado, mas ele sequer chegou a ser levado para o hospital porque morreu ainda dentro do escritório.
Policiais cercaram escritório onde advogado foi assassinado
O circuito interno de vigilância do escritório flagrou o assassino, mas as câmeras fazem apenas a reprodução imediata, não havendo gravação. A Polícia vai buscar imagens de circuitos internos de locais próximos ao escritório.

Histórico

O empresário Anderson Miguel foi um dos 15 réus na Operação Hígia, que investiga fraudes na contratação de serviços superfaturados pela Secretaria da Saúde do Rio Grande do Norte e repasse indevido aos operadores do esquema fraudulento. Ele era o responsável pela empresa AIG, que prestava serviços de limpeza à Sesap e é investigada por supostas irregularidades nos contratos.
Anderson Miguel foi assassinado dentro do escritório

Durante depoimento em novembro do ano passado, Anderson Miguel deu detalhes sobre o esquema, confirmou o pagamento de e apontou o advogado Lauro Maia, filho da ex-governadora Wilma de Faria, como um dos principais beneficiados do esquema. Segundo ele, o pagamento da propina tinha como objetivo impedir que o Governo do Estado, através da Secretaria de Saúde, atrasasse o repasse da verba à empresa. No entanto, ele teve sério desentendimento com sua ex-mulher, Jane Alves, também ré na investigação.

Em 17 de dezembro, Jane Alves acusou o ex-marido de ter mentido em juízo e também de tentar impedir o segundo interrogatório da ex-mulher, com o auxílio inclusive de um juiz estadual, cujo nome não foi revelado. Antes de ter chegado à Justiça Federal para depor, Jane Alves disse que foi impedida de buscar documentos no escritório pelo próprio Anderson Miguel, que teria feito ameaças à ex-mulher.

A principal divergência dos dois nos depoimentos seria a respeito de superfaturamento nos contratos. Anderson Miguel declarou que as empresas dividiam o lucro e passavam parte para os integrantes do esquema, mas não superfaturavam os valores. Devido à denúncia da ré de que teria sido coagida, o juiz Mário Jambo determinou a proibição de qualquer acusado, advogado dos réus, ou representante desses, entrar em contato com Jane Alves sem autorização da Justiça.

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